NOSSO AMIGO EM COMUM, DE CHARLES DICKENS, O PODER CORRUPTOR DA RIQUEZA E O LIVRO MAIS ROMÂNTICO DO AUTOR
A obra-prima, com mais de 800 páginas, 40 ilustrações originais, 85 personagens, preenche todos os requisitos de um brilhante romance vitoriano!
Nosso Amigo em Comum foi publicado em partes mensais, de maio de 1864 a novembro de 1865, e tem uma ligação muito forte com a vida privada do autor. Ele estava apaixonado por Ellen Ternan, portanto, trouxe esse amor para a obra; trouxe também a corrupção que a riqueza pode gerar.
UM POUCO SOBRE A OBRA-PRIMA
Uma obra-prima satírica sobre o fascínio e o perigo do dinheiro. A trama gira em torno de uma herança advinda de montes de dejetos, onde os ricos jogavam seu lixo. Em meados do século XIX, em Londres, o lixo era recolhido por empreiteiros privados. Era empilhado em montes e as pessoas os vasculhavam à procura de coisas para vender. Poderiam ser encontrados joias ou dinheiro que foram acidentalmente descartados. No entanto, a maior parte desse lixo era vendida como matéria-prima para outras indústrias. Fabricantes de sabão, construtores de estradas, fabricantes de papel e outros compravam itens dos empreiteiros do lixo. Quando o corpo de John Harmon, o aguardado herdeiro do milionário do lixo, foi encontrado boiando no rio Tâmisa, a sorte mudou de mãos surpreendentemente, elevando a novas alturas um certo senhor chamado “Noddy” Boffin, um escriturário humilde, porém gentil, que se tornaria o “Lixeiro Dourado”. Esta parte do romance pode ter sido inspirada no caso real de um lavrador londrino, Henry Dodd, que fez fortuna removendo o lixo de Londres.
O ÚLTIMO ROMANCE COMPLETO DE DICKENS
O último romance completo de Charles Dickens abrange os grandes temas de suas obras anteriores: as pretensões dos novos ricos; a ingenuidade dos pobres aspirantes e o poder infalível da riqueza para corromper todos os que a almejam. Com um elenco primoroso de personagens e inúmeras subtramas, Nosso Amigo em Comum é um dos romances mais complexos e satisfatórios de Dickens, em que o grande Tâmisa flui por toda a história como um fio condutor.
O PRIMEIRO CAPÍTULO ESTÁ À DISPOSIÇÃO DO LEITOR
Já no primeiro capítulo, o leitor vai se deparar com a morte de um velho avarento chamado Mr. Harmon, que construiu sua fortuna no negócio das lixeiras. Seu filho John, que deveria herdar o império, foi encontrado morto flutuando no Tâmisa. Isso tem um impacto na vida de vários outros personagens, incluindo Bella Wilfer, a garota com quem John deveria se casar, e Mr. e Mrs. Boffin, os funcionários gentis que herdariam a propriedade na ausência do herdeiro legal. Mr. e Mrs. Boffin contratam um jovem misterioso chamado John Rokesmith, como secretário, para ajudá-los a manter a herança, já que “urubus” de todas as partes buscariam uma parte da herança do lixo.
O RIO É UM PERSONAGEM
As ondulações do Tâmisa continuam se espalhando. O corpo de John Harmon foi descoberto pela primeira vez por um homem desalinhado e sem esperança chamado Gaffer Hexam, que ganhava uma vida duvidosa roubando cadáveres afogados. Sua gentil filha, Lizzie, fechava os olhos para os “negócios” da família por lealdade ao pai. Mortimer Lightwood, um jovem advogado contratado para cuidar dos assuntos do milionário Harmon, estava mais envolvido do que esperava. Especialmente quando seu melhor amigo, o belo e atraente, porém apático, Eugene Wrayburn, sente-se atraído por Lizzie Hexam. Dickens traz aqui um debate sobre o amor entre o abismo das classes socais.
A OBRA MAIS ROMÁNTICA DE DICKENS
Criticado em suas obras anteriores por não conseguir escrever casais com uma química sexual que prendesse o leitor, os críticos tiveram que admitir que estavam errados e pedir perdão. Nosso Amigo em Comum traz uma atração física escaldante na trama secundária, mutuamente reprimida, especialmente nas entrelinhas. Portanto, o décimo quarto romance de Charles Dickens traz não somente um casal, porém, dois, e romance de sobra. Embora a história gire em torno dos efeitos da ganância e da corrupção que o dinheiro traz, é um livro que o autor não encolheu a mão para falar do tema “amor”.
O CONTEXTO DE ESCRITA DA OBRA E O ÚLTIMO VOLUME SALVO DE UM VAGÃO ACIDENTADO
Dickens, como falamos, estava vivendo uma grande paixão enquanto escrevia Nosso Amigo em Comum, e acompanhado pela razão dessa paixão ele sofreu um grave acidente, conhecido como “Acidente Ferroviário Staplehurst”, no qual morreram muitas pessoas. Na sexta-feira, 9 de junho de 1865, Charles Dickens e seus companheiros de viagem, Ellen Ternan e sua mãe, voltavam de uma viagem à França. Eles embarcaram no “trem das marés”, em Folkestone, com destino a Londres.
Nos arredores da vila de Staplehurst, a meio caminho entre Folkestone e Londres, operários estavam consertando um trecho dos trilhos em uma ponte sobre Staplehurst e removeram parte do trilho. O capataz da turma de trabalho havia consultado o horário errado e não sabia que o trem avançava sobre eles a 80 quilômetros por hora. O maquinista, sendo incapaz de parar o trem a tempo, saltou a lacuna sem trilho, chocando-se na margem oposta do rio. O vagão que transportava Dickens e seus companheiros foi suspenso na ponte e ficou pendurado no leito do rio. Ajudando Ellen Ternan e sua mãe a saírem do vagão, Dickens trabalhou para confortar os passageiros feridos e moribundos, usando seu chapéu para carregar água do rio (Cartas, 1999, v. 11, p. 56-57).
Mais tarde, ele se lembrou de que havia deixado o manuscrito de Nosso Amigo em Comum no cambaleante vagão pendurado sobre o rio e voltou e recuperou o manuscrito.
Após o acidente, Dickens sentiu-se fraco e abalado, incapaz de escrever, pois seu pulso estava fraco. Três anos após o acidente, ele escreveria que ainda sentia “vagos acessos de terror”, mesmo andando em carruagens (Cartas, 1903, p. 697). Dickens continuou a sofrer os maus efeitos da provação até sua morte em 9 de junho de 1870, exatamente cinco anos após o acidente (Johnson, 1952, p. 1020-1021).
Dickens comentou sobre o acidente em um pós-escrito na última parcela de Nosso Amigo em Comum, datado de 2 de setembro de 1865, que também traremos em nossa edição em um Posfácio escrito pelo autor.
“Na sexta-feira, 9 de junho deste ano, Mr. e Mrs. Boffin (em seu traje manuscrito para receber Mr. e Mrs. Lammle no café da manhã) estavam comigo na Ferrovia Sudeste em um acidente terrivelmente destrutivo. Quando fiz o que pude para ajudar os outros, subi de volta para meu vagão – quase caí de um viaduto e me peguei inclinado na curva – para libertar o digno casal. Estavam muito sujos, mas de resto ilesos. O mesmo resultado feliz aconteceu com Miss Bella Wilfer no... (possível spoiler), e com Mr. Riderhood ao inspecionar o lenço vermelho de Bradley Headstone enquanto este dormia. Lembro-me, com devota gratidão, de que na ocasião pensei estar muito perto de me separar de meus leitores, para sempre, do que estou então, quando escreverei as duas palavras com as quais neste dia fechei este livro: o fim!”
INFORMAÇÕES DA OBRA
Tradução: Fontes & Rondán
Peso: 1,9 kg
Largura: 16 cm
Altura: 23 cm
ISBN: 978-65-88494-44-8
Número de páginas: cerca de 832 (pode ser mais ou pode ser menos)
Idioma: português
Acabamento: capa brochura
Pinturas das capas: William Anderson (1757 –1837) London Bridge, with St. Paul's Cathedral in the distance
Folha de rosto: Samuel Luke Fildes (1843 –19277)
Ilustrações: Marcus Stone
1 x de R$126,80 sem juros | Total R$126,80 | |
2 x de R$68,24 | Total R$136,49 | |
3 x de R$46,17 | Total R$138,50 | |
4 x de R$35,14 | Total R$140,57 | |
5 x de R$28,48 | Total R$142,41 | |
6 x de R$24,02 | Total R$144,11 | |
7 x de R$20,78 | Total R$145,46 | |
8 x de R$18,42 | Total R$147,38 | |
9 x de R$16,58 | Total R$149,23 | |
10 x de R$15,04 | Total R$150,45 | |
11 x de R$13,85 | Total R$152,31 | |
12 x de R$12,85 | Total R$154,20 |